terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Fernando Pessoa

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'

Sentimento Roxo de Iara publicado pela Profª Paula Marques








Sentimento roxo

Se eu tivesse que dar uma cor a um sentimento como o ciúme, seria o roxo. Nem alegre nem triste, nem bom nem mau.
Acho que por vezes torna-se um sentimento egoísta. Por vezes um pouco "parvo". Revolta-me como as pessoas usam e abusam dele. Acho que só pode ser aceite numa relação em que haja razão para isso.
Quando caímos aos pés de um "salta pocinhas" é quase impossível evitar. E posso dizer que ciúmes na amizade, é simplesmente absurdo... Quando se trata de um amigo, não há justificação para isso:

- Ele era o meu melhor amigo que já tive e agora deixa-me para... (bla bla bla).

TRETAS! Se numa amizade alguém se afasta não é simplesmente porque sim.
E depois há outra questão: se somos nós a sentir isto, parece grave, obscuro... Por vezes gera o sentimento vermelho (neste caso, a raiva) , mas quando é do outro lado da relação, quase condenamos a pessoa. Deste ponto de vista, já parece algo desnecessário.

Se pode ser evitado? É claro que isso depende da outra pessoa. Se nos der razões para o ter, sim vamos ter e não, não podemos evitar. Se nos der razões para não ter, sim podemos evitar. Mas tenho que admitir que o sinto por vezes e não gosto... Nem um pouco. Principalmente quando as coisas/pessoas não são "minhas". Mas que fique bem claro que nunca é numa amizade.

Texto de Iara - 9ºB






Estou além, António Variações

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão


Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem

Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

Educar através da arte: a literatura e o teatro em comunhão...

 
 
          Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas por sua vez, qual era a mais sua amiga. A mais velha respondeu:
          – Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.
          Respondeu a do meio:
          – Gosto mais de meu pai do que de mim mesma.
          A mais moça respondeu:
          – Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.
          O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como as outras, e pô-la fora do palácio. Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio de um rei, e aí se ofereceu para ser cozinheira.
 
         Este é o início do conto popular "O Sal e a Água", recolhido por Teófilo Braga, que deu origem à peça de teatro Leandro, Rei da Helíria. de Alice Vieira. As turmas do 7.º ano, da Escola Básica 2,3 do Castelo, terão a possibilidade de assistir à mesma em Abril, no Parque das Nações.
 
 

Põe quanto és no mínimo que fazes

             


                  Para ser grande, sê inteiro: nada 
                     Teu exagera ou exclui.                     
              
                 Sê todo em cada coisa. Põe quanto és  
                     No mínimo que fazes. 

                Assim em cada lago a lua toda 
                     Brilha, porque alta vive. 
                                                                                                                                                                                           Ricardo Reis, in "Odes" 

Descalça vai para a fonte

Ilustração  de Leonor Cerqueira,10ºE
Descalça vai para a fonte
Leonor, pela verdura;
vai fermosa e não segura.
Leva na cabeça o pote,
o testo nas mãos de prata,
cinta de fina escarlata,
sainho de chamalote;
traz a vasquinha de cote,
mais branca que a neve pura;
vai formosa e não segura.
Descobre a touca a garganta,
cabelos de ouro o trançado,
fita de cor de encarnado…
tão linda que o mundo espanta!
chove nela graça tanta
que dá graça à formosura;
vai formosa, e não segura.
                                          Luís de Camões

                                                                                                                  Ilustração de Leonor Cerqueira,10ºE

                                                                                                                       Ver mais em http://look.aesampaio.pt/?p=8167




Poesia Alberto Caeiro

O amor é uma companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Alberto Caeiro, in "O Pastor Amoroso" 

O Infante de Fernando Pessoa

O Infante 

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. 
Deus quis que a terra fosse toda uma, 
Que o mar unisse, já não separasse. 
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma, 

E a orla branca foi de ilha em continente, 
Clareou, correndo, até ao fim do mundo, 
E viu-se a terra inteira, de repente, 
Surgir, redonda, do azul profundo. 

Quem te sagrou criou-te português. 
Do mar e nós em ti nos deu sinal. 
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. 
Senhor, falta cumprir-se Portugal! 

Amor Livre

Este poema foi exposto à entrada da BE da ESS por professores e alunos da disciplina de Espanhol, por ocasião do Dia dos Namorados, que se comemorou no passado dia 14 de fevereiro.
¡QUEDA PROHIBIDO!
Queda prohibido llorar sin aprender,
levantarte un día sin saber qué hacer,
tener miedo a tus recuerdos.

Queda prohibido no sonreír a los problemas,
no luchar por lo que quieres,
abandonarlo todo por miedo,
no convertir en realidad tus sueños.

Queda prohibido no demostrar tu amor,
hacer que alguien pague tus deudas y el mal humor.
Queda prohibido dejar a tus amigos,
no intentar comprender lo que vivieron juntos,
llamarles sólo cuando los necesitas.

Queda prohibido no ser tú ante la gente,
fingir ante las personas que no te importan,
hacerte el gracioso con tal de que te recuerden,
olvidar a toda la gente que te quiere.
Queda prohibido no hacer las cosas por ti mismo,
tener miedo a la vida y a sus compromisos,
no vivir cada día como si fuera un ultimo suspiro.
Queda prohibido echar a alguien de menos sin
alegrarte, olvidar sus ojos, su risa,
todo porque sus caminos han dejado de abrazarse,
olvidar su pasado y pagarlo con su presente.
Queda prohibido no intentar comprender a las personas,
pensar que sus vidas valen más que la tuya,
no saber que cada uno tiene su camino y su dicha.
Queda prohibido no crear tu historia,
no tener un momento para la gente que te necesita,
no comprender que lo que la vida te da, también te lo quita.
Queda prohibido no buscar tu felicidad,
no vivir tu vida con una actitud positiva,
no pensar en que podemos ser mejores,
no sentir que sin ti este mundo no sería igual. 
Atribuido a Pablo Neruda, aunque esto es cada vez más incierto...
Es muy probable que el verdadero autor sea Alfredo Cuervo

A propósito, aqui vai um anúncio premiado, da autoria de um publicitário português


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Apresentação peça de teatro "A aventura de Ulisses", da Cultural Kids (visita de estudo 6.ºano)


Visita de estudo ao Museu Nacional do Azulejo e Peça de teatro “Ulisses”



No passado dia 3 de fevereiro de 2016, as turmas do sexto ano foram a Lisboa visitar o “Museu Nacional do Azulejo” e assistiram à peça de teatro “A aventura de Ulisses”, apresentada pela Cultural Kids.

No museu todos os alunos foram recebidos na Igreja da Madre de Deus, cuja decoração era composta por azulejos e talha dourada, era lindíssima! Prosseguiram com a visita ao museu, organizados por turmas, e viram diversas salas com azulejos desde o século XVI até à atualidade. Esta visita não só permitiu ver magníficos azulejos, como também conhecer o Convento da Madre de Deus, que é um edifício monumental e é, no fim de contas, uma obra de arte. Tudo isto permitiu conhecer melhor a cultura portuguesa, com grande tradição de azulejaria.

Seguidamente, à hora de almoço, os três autocarros deslocaram-se até ao Parque das Nações para fazer um piquenique junto do Oceanário. Felizmente, o tempo estava convidativo e ajudou a retemperar forças, os alunos viram o Vasco e divertiram-se imenso naquele espaço amplo.

Depois de almoço, dirigiram-se para o auditório do Colégio Pedro Arrupe onde se assistiu à peça de teatro “Ulisses”. Essa peça é uma adaptação da obra “Odisseia”, de Homero, e conta factos históricos da vida do herói Ulisses. A peça permitiu conhecer algumas das aventuras de Ulisses enquanto procurava regressar à sua pátria, Ítaca. Os Deuses jogaram com a vida do nosso herói de forma hilariante, nem se deu pelo passar do tempo e aprendeu-se mais sobre esta personagem que faz parte de um dos livros lido nas aulas de Português

Depois de um dia bem sucedido, deu-se o regresso à escola com alunos radiantes, embora cansados.

Os alunos do 6ºC



No dia da visita

Os azulejos não faltaram,

Grandes e pequenos

Todos os alunos os fotografaram.



Depois de almoçar

Uma peça de teatro fomos ver,

A vida de Ulisses ela mostrou

E toda a gente a adorou.


                      Filipe Passarinho 6.ºC